A uma hora do lançamento do iPad 2 no Brasil, cerca de cem pessoas se enfileiravam no terceiro piso do Shopping Iguatemi, em São Paulo, para comprar o novo tablet da Apple. O produto começa a ser vendido normalmente nas lojas na manhã de hoje, por preços que variam entre R$ 1.649 e R$ 2.599, dependendo da configuração.
Além de atrair centenas de aficionados, o lançamento do produto também contou com a presença de famosos. Cantores como o vocalista do Capital Inicial, Dinho Ouro Preto, Pitty e Paula Lima marcaram presença na festa da Apple. Também estavam lá as apresentadoras Marina Person e Luciana Gimenez, além dos humoristas Marcelo Adnet, Dani Calabresa e a Vj Mari Moon.
A presença dos artistas foi recompensada durante o evento. Cada um deles ganhou um iPad 2. No entanto, a organização da festa fez o possível para encobrir o fato, o que causou situações constrangedoras.
Luciana Gimenez, por exemplo, pareceu ter se esquecido do combinado e, quando dizia à reportagem o que iria fazer com aparelho que tinha “ganhado”, foi corrigida por uma das responsáveis pela festa que acompanhava a entrevista.
- Você não ganhou. Mas eu vou deixar você furar a fila para comprar.
A cantora Paula Lima disse até que o aparelho causa um certo ciúme em seu marido. Paula contou que costuma levar o aparelho para a cama na hora de dormir e que muitas vezes tem de resistir aos apelos do companheiro para que deixe o tablet de lado.
- Sou “viciadaça”. É como se fosse uma parte do meu corpo. Quando está acabando a bateria eu já fico louca. Meu antigo vou deixar na mão do marido, porque ele sempre pede que eu largue o iPad.
Já o cantor Dinho Ouro Preto, da banda Capital Inicial, contou que deixou o Macbook de lado, pelo menos durante suas turnês. Ele diz que costuma utilizar o iPad para compor músicas.
- Eu não conseguia entender para que servia aquilo [iPad]. Mas hoje eu uso na estrada basicamente pra compor, escrever e tocar. Agora eles lançaram um aplicativo em que você liga sua guitarra e ouve no fone de ouvido.
Na conta da mãe
Poucos minutos após a meia-noite, com direito a contagem regressiva e champanhe, finalmente o público teve acesso ao estande e as vendas começaram. O primeiro da fila que já esperava há cerca de dez horas foi cercado por jornalistas assim que conseguiu adquirir o produto. O estudante de 20 anos Pedro Wilsom deu ares olímpicos ao pagar R$1.850 por um modelo Wi-Fi preto com 32 gigabytes de memória.
- É a realização de um sonho.
Isso porque o estudante de biomedicina esperava desde o ano passado para ter um iPad. Ele que possui um iPhone 4 e um Macbook ainda não tinha o tablet. A mãe do jovem, responsável por bancar seu “vício”, não havia deixado que ele comprasse o primeiro modelo, que chegou às lojas brasileiras em dezembro do ano passado.
– É um vício muito caro. Eu queria comprar o iPad quando lançou, mas minha mãe deu uma segurada. Ela falou para eu comprar neste ano. Vou usar meu cartão de crédito e dividir em dez vezes, mas é ela quem paga a fatura.
“Vale qualquer sacrifício”
Já o consultor imobiliário Lauro Dubena, de 56 anos, aproveitou e comprou de “baciada”. Na fila, enquanto mexia em seu tablet da primeira geração, ele contou que esperava levar pelos menos cinco iPads do novo modelo.
– Espero que deixem eu levar [cinco]. Eu quero um modelo preto e para a minha mulher vou levar um branco. Vou tentar comprar mais dois para colegas de trabalho. Na minha casa todo mundo tem [iPad] e minha neta vai ganhar um, porque quero que ela fique antenada.
Além de comprar várias unidades, Dubena esperava conseguir levar apenas do modelo “top”, Wi-Fi + 3G (banda larga móvel) com 64 gigabytes de memória, que hoje sai por R$ 2.599.
– Vale qualquer sacrifício [...] Vou levar o modelo 3G, com 64 gigabytes, que é o que tem de top. Se surgir um mais completo, não tenha a menor dúvida de que eu compro.
O consultor também disse que depois que começou a usar o iPad, ficou refém do produto. Em função da “praticidade”, ele abandonou seu computador portátil. Ao falar do aparelho, ele soa até mais marqueteiro que Steve Jobs, o executivo-chefe da Apple.
- É um caminho sem volta. Como ele é muito prático, não consigo mais ficar sem. Quem não entrar nessa vai ficar defasado.
Perto das 1h15 da madrugada de sexta, seguranças do evento fecharam a fila que ainda insistia em permanecer no corredor do shopping. Dono de uma imobiliária em Sorocaba, no interior de São Paulo, Marcos Souza, de 37 anos, conseguiu entrar antes do fim. Ele que levou quase uma hora para percorrer 80 km e chegar à capital e já planejava dar o antigo modelo que possui de presente.
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